Na Terra Indígena Guarani do Jaraguá, localizada a 40 minutos do centro de São Paulo, aproximadamente 800 moradores estão experimentando melhorias significativas em suas condições de vida com a implementação de biodigestores acoplados a banheiros químicos.
Este território, composto por sete aldeias na zona norte da cidade, carecia de saneamento básico, enfrentando problemas decorrentes do descarte inadequado de fezes que atraíam pragas e contaminavam o solo e o lençol freático.
Inspirado no estômago de uma vaca, o biodigestor inflável, construído com camadas de lona e polímeros, transforma as fezes humanas em gás de cozinha e biofertilizante, proporcionando uma solução inovadora e sustentável para as necessidades energéticas e agrícolas das comunidades locais.
A iniciativa recebeu aprovação dos indígenas, incluindo o pajé Karaí Yapuã, que antes enfrentava desafios relacionados ao uso de fossas negras. Além de elogiar o biofertilizante que beneficia as árvores frutíferas, os moradores destacam a conveniência do gás de cozinha produzido, reduzindo a dependência de lenha e até mesmo gerando economia financeira. Segundo Karaí Jekupê, antes da instalação do biodigestor, a aldeia tinha que comorar um butijão de gás a cada 15 dias; agora eles compram um botijão de gás a cada dois meses.